Thursday, April 06, 2006

 

Células estaminais não embrionárias, neo–natais, by Fátima


As células estaminais adultas
Ao longo destes trinta anos de estudos das células estaminais adultas, ficou claro que existem, em muitos tecidos adultos, células estaminais, mas capazes de dar origem somente a células próprias de um certo tecido. Isto é, não se pensava na possibilidade de uma nova programação delas. Uns anos mais recentes, porém, descobriram-se também em vários tecidos humanos células estaminais pluripotenciadas - na medula óssea, no cérebro, no mesenquima de vários órgãos e no sangue do cordão umbilical - isto é, células capazes de dar origem a outros tipos de células, na sua maioria hemáticas, musculares e nervosas. Descobriu-se como reconhecê-las, seleccioná-las, ajudá-las a desenvolver-se e levá-las a formar diversos tipos de células maturas através de factores de crescimento e outras proteínas regularizadoras. Aliás, foi já percorrido um notável caminho no campo experimental, aplicando inclusive os métodos mais avançados de engenharia genética e de biologia molecular para a análise do programa genético que opera nas células estaminais, e para a comutação de genes desejados em células estaminais ou progenitoras que, implantadas, sejam capazes de devolver a tecidos doentes as suas funções específicas. Basta dizer, apoiados nos textos transcritos, que, no homem, as células estaminais da medula óssea, donde se formam todas as várias linhas de células hemáticas, e que, depois de purificadas, são capazes de reconstituir toda a população hemática em pacientes que recebem doses ablativas de radiações e de quimioterapia, e isso numa velocidade proporcional à quantidade de células usadas. Além disso, há já indícios de como guiar o desenvolvimento de células estaminais nervosas utilizando diversas proteínas - tais como a neuroregulina e a proteína 2 hosteomorfógena - que são capazes de encaminhar as NSCs para se tornarem neurões ou glúten, ou mesmo músculo liso.
A satisfação, embora prudente, resultante de muitos dos trabalhos citados, é um índice das grandes promessas que as "células estaminais adultas" reservam para uma terapia eficaz de muitas patologias. As informações assim obtidas, orientarão avanços futuros. Em última análise, a terapia genética poderá permitir o tratamento de doenças genéticas e adquiridas, sem as complicações dos transplantes de células alogénicas.
Todos estes progressos e os resultados já alcançados no campo das células estaminais adultas (ASC) deixam entrever não só a sua grande plasticidade, mas também uma ampla possibilidade de prestações, presumivelmente não distinta das utilizações das células estaminais embrionárias (ES), visto que a plasticidade depende em grande parte de uma informação genética, que pode ser reprogramada.
Evidentemente, não é possível ainda confrontar os resultados terapêuticos real e possivelmente alcançados utilizando as células estaminais embrionárias e as células estaminais adultas. Quanto a estas, estão já em curso, em várias firmas farmacêuticas, experimentações clínicas], que deixam prever bons resultados e abrem sérias esperanças num futuro mais ou menos próximo. Quanto às células estaminais embrionárias, embora várias tentativas experimentais tenham dado sinais positivos, a sua aplicação no campo clínico - devido precisamente aos graves problemas éticos e legais conexos - requer uma séria ponderação e um grande sentido de responsabilidade face à dignidade de todo o ser humano.

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